Vim agora do metro e, digo-vos, fez-me ganhar o dia. Antes de entrar na carruagem, olho para ela e espanta-me vê-la a abanar. Entro lá e encontro explicação para o que tinha observado: meia dúzia de escoceses vestidos de azul, cor do Glasgow Rangers, saltam incessantemente dentro da carruagem, cantando como no estádio. Não obstante, aceleravam o ritual aquando das paragens do comboio, fazendo ainda mais barulho.
O momento que me fez escrever este post foi quando, na paragem “Areeiro”, entrou um adepto do Sporting, denunciado pelo seu cachecol. Único na sua condição clubística na carruagem - pelo menos o único que o mostrava de forma explícita – assistiu, sem poder fazer nada, a uma série de insultos cantados em Inglês, contra o Sporting, em que os adeptos escoceses apontavam o dedo para o indivíduo. Deu prazer olhar para o sportinguista: inerte, não esboçou uma única reacção. Havia de ser contra um Benfiquista (com B grande, sim)! O Benfica, como clube de massas, de certeza que teria muitos mais adeptos nessa carruagem e respondíamos-lhes, chegaríamos mesmo a dizer: “Não insultam o Benfica, c’o a breca! Malditos escoceses!”, toma lá que é batata frita! Ah, Benfica!